PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
O PRIMEIRO CASAMENTO REALIZADO NA FAJÃ GRANDE DAS FLORES (17 DE SETEMBRO DE 1861)
A freguesia da Fajã Grande foi desanexada da Fajãzinha (antiga freguesia das Fajãs) por decreto régio, datado de 4 de Abril de 1861, assinado por D. Pedro V, rei de Portugal. O território da nova freguesia incluía os lugares da Ponta, Fajã Grande e Cuada. Por sua vez a erecção da nova paróquia, também por desanexação da paróquia de Nossa Senhora do Remédios da Fajãzinha, foi declarada por alvará do Bispo de Angra, D. Frei Estevam de Jesus Maria, em 20 de Junho do mesmo ano, instituindo de facto a paróquia de São José de Fajã Grande, incluindo nela as povoações da Ponta e Cuada.
Sabe-se também que a actual igreja paroquial de São José da Fajã Grande, edificada no lugar onde existia uma pequena ermida da mesma invocação, foi construída entre os anos de 1847 e 1850, sendo benzida, precisamente em 1 de Agosto de 1850, pese embora só se tenha tornado igreja paroquial a partir da data do alvará de criação da paróquia, acima referido.
Sendo assim, só a partir desta data, começaram a celebrar-se baptizados, casamentos e óbitos e a fazer-se em livro próprio os registos dos mesmos. Até então tudo era feito e registado na Fajãzinha. Assim é possível com rigor saber-se quando e qual foi o primeiro casamento registado na nova paróquia. Em 2006, Francisco António Pimentel Gomes fez uma selecção de todos os registos de casamento das Flores e Corvo entre os Anos de 1675 e 1911, publicando-osem livro. Essesregistos atestam que o primeiro casamento realizado na paróquia de S. José da Fajã Grande foi o de João de Freitas Mendonça, viúvo, de 46 anos, filho de Caetano José Mendonça e de Inácia Rosa, sendo a noiva Ana Emília do Coração de Jesus, de 34 anos filha de João Jacinto Rodrigues e de Catarina Maria. Este casamento, realizado no dia 17 de Setembro de 1861, foi o único que se efectuou nesse ano. Por sua vez, no ano seguinte realizaram-se os seguintes casamentos: a 15 de Fevereiro José António dos Santos e Mariana de Jesus; a 24 de Março José António Pimentel e Maria José do Coração de Jesus; a 5 de Junho António Rodrigues Coelho e Ana Isabel do Coração de Jesus; a 12 de Junho Manuel Rodrigues e Maria Joaquina; a 19 de Junho Vitorino José de Almeida e Isabel Luísa de Jesus; a 21 de Junho Manuel Francisco Fraga e Isabel de Jesus; a 22 de Julho José Laureano da Silveira e Maria Claudina da Silveira; a 30 de Setembro Manuel Joaquim de Freitas e Maria Margarida do Coração de Jesus; a 6 de Novembro, António Inácio de Freitas e Maria Isabel; a 20 de Novembro Francisco de Freitas Dias e Policena Luísa dos Santos (natural das Lajes); a 29 de Novembro Francisco de Freitas Branco e Iria de Freitas do coração de Jesus, ele de 27 anos e ela de 14. Em 1863 casaram: a 8 de Janeiro Manuel de Freitas Fernandes e Policena Maria do Coração de Jesus; a 20 de Janeiro António José Jorge e Ana de Jesus; a 16 de Abril António José Gervásio e Maria Catarina da Silveira; a 22 de Agosto João José Conde e Mariana de Jesus; a 23 de Setembro Laureano José de Freitas Henriques e Ana Emília de Freitas.