PICO DA VIGIA 2
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SEIS FAMÍLIAS VIVEM NA PONTA DA FAJÃ GRANDE, UM DOS LOCAIS DE MAIOR RISCO DO ARQUIPÉLAGO DOS AÇORES
Da autoria do jornalista Carlos Tavares, com a agência Lusa, aqui se divulga um artigo publicado hoje (25 de Setembro) no site “Açores” (RTP e Antena 1):
Um dos locais de maior risco de derrocada dos Açores é a Ponta da Fajã, na ilha das Flores, uma zona onde residem seis famílias a poucos metros daquele que é o ponto mais ocidental da Europa
O Governo regional já reafirmou hoje a proibição da edificação de qualquer tipo de construção e a habitação nos imóveis existentes no local, mas a Câmara das Lajes das Flores, considera que as seis famílias se encontram a distância suficiente da zona de maior perigo.
Em declarações à agência Lusa, o vereador José Lourenço, da Câmara das Lajes das Flores, confirmou que residem no local seis famílias, mas minimizou o risco já que as casas que se encontram "a mais de500 metros de distância" da zona onde aconteceu uma derrocada em 1987.
Nos últimos anos, a Ponta da Fajã já registou duas derrocadas, a primeira das quais em Dezembro de 1987, tendo sido declarada como zona de alto risco, o que levou à proibição de qualquer tipo de construção naquela área.
A mais recente ocorreu a 21 de Outubro de 2009, ocasião em que se registou um movimento de massa na arriba da Ponta da Fajã Grande.
Um relatório do Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC) apresentado esta semana no Parlamento regional confirmou que a situação de perigo se mantém, um alerta que foi agora confirmado pela tutela regional.
"O Governo aceita as conclusões do relatório, considerando que a legislação não deve ser alterada", afirmou o secretário açoriano do Ambiente e do Mar, Álamo Meneses.
Nesse sentido, o governante frisou que deve ser mantida a proibição de construir novas casas no local, que é considerado pelos especialistas como um dos que apresenta maior risco no arquipélago.
A Comissão parlamentar classifica a Ponta da Fajã Grande como "um dos locais de maior risco no arquipélago", mas conclui que as "hipóteses de soluções de intervenção directa sobre a falésia para minimizar os riscos são totalmente inviáveis atendendo à altura da escarpa".
Os deputados salientam ainda que o local "é - e continuará a ser - uma área de elevado perigo e ocorrência de movimentos de massa, por corresponder a um escarpado imponente onde existem indícios de evolução acelerada".
A situação de risco na Ponta da Fajã Grande não é a única, pelo que o Governo já mandou elaborar a Carta de Risco da Região, documento que permitirá ter "uma visão mais clara da totalidade do problema no arquipélago".
Carlos Tavares com Agência Lusa
Texto publicado no “Pico da Vigia” em 25/09/10