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A GOSTO

Sexta-feira, 01.08.14

Aí está mais um! O oitavo! Meu Deus, como eles passam depressa. Assim como os meses, os anos. Este nasce tristonho e não parece que nos há-de correr lá muito a gosto. Não será um agosto a gosto.

É tempo para caminhar em trilhos metamorfoseados. São doze, assim como os míticos pares da Inglaterra que a história imortalizou em doze damas acusadas por doze cavaleiros de falta de virtude, honra e nobreza. As damas insultadas pediram aos seus parentes que lhes defendessem a honra e a dignidade, mas a reputação dos difamantes, que guerreiros valorosos, esmoreceu qualquer vontade de defender a honra das senhoras, por parte das respectivas famílias inglesas, por isso as damas injuriadas recorreram ao rei de Portugal, D. João I, para que as ajudasse a encontrar defensores para o pleito. O pedido foi, imediatamente, aceite por doze cavaleiros portugueses, que se propuseram a partir, o mais cedo possível, em defesa das damas inglesas. O navio que transportou os doze portugueses partiu do Porto, no entanto, um dos cavaleiros, D. Álvaro Gonçalves Coutinho, o Magriço, decidiu ir por terra, para ter oportunidade de alcançar grandes glórias e fama, e juntar-se, mais tarde, aos companheiros. No dia do combate, em Inglaterra, os cavaleiros portugueses, quando se alinharam perante os doze cavaleiros ingleses, reparam na desigualdade entre os dois partidos, pois Magriço ainda não tinha chegado. Estava a justa para iniciar-se, quando a população começou a produzir grande burburinho pela aproximação do Magriço, que se juntava, então, aos companheiros. Primeiro combateram a cavalo e, depois, a pé, terminando a contenda com a vitória dos Portugueses que, perante a sociedade inglesa, recuperaram a honra e a nobreza das damas.

Mas os trilhos não têm em comum com os portugueses de Inglaterra, apenas o número. Assim como os cavaleiros lutaram a gosto, os trilhos também se percorrem a gosto, neste mês em que o gosto se arrasta, indefine e entristece com o permanente tiroteio entre Israelitas e Palestinianos, apesar de balizado agora por 62 horas de um desejado cessar-fogo, os conflitos no Médio Oriente, a guerra na Ucrânia, na Síria, na África e em tantas outras paragens do universo, o rapto de dezenas de jovens, os maus trato de crianças e idosos, a fome, o abandono e a solidão de tantos humanos, o terrorismo e o recente abatimento de um avião das linhas aéreas da Malásia, para não falar do desaparecido há uns meses e do qual nada se sabe. Chamem cavaleiros portugueses para repor a ordem e a paz no mundo e os últimos dias trazem-nos à memória a incompreensível soma de 3.577.000.000 de euros, misteriosamente desaparecidos. Ninguém é capaz de explicar melhor o que está em causa, como se chega a um prejuízo destes, a um buraco tamanho, nem muito menos, onde foi parar esta verdadeira “pipa de massa”.

Pelo meio o Benfica vai continuando a perder, não a gosto meu, porquanto outros em subterfúgios espanhóis parecem ir despertando lentamente, mas a gosto.

Nunca se abre, a gosto, uma janela, se ela não estiver voltada para o mar. É isto o agosto a gosto, dos doze trilhos metamorfoseados.

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publicado por picodavigia2 às 10:13





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