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A IGREJA DA FAJÃZINHA

Sábado, 10.12.16

A igreja da Fajãzinha, a par com a de Santa Cruz, é um dos mais emblemáticos templos da ilha das Flores. Situada na parte mais alta da freguesa, já no enfiamento do antigo caminho da Rocha dos Bredos, outrora roteiro obrigatório de quem seguia para as vilas e outras freguesias da ilha, tem a ladeá-la um adro murado mas cujo pavimento se situa abaixo do nível da rua, sendo o acesso ao templo feito por uma ampla escadaria. O edifício, de grandes dimensões, é composto por um corpo principal, que é ocupado pelas três naves do templo, por um corpo mais estreito onde se situa a capela-mor, pela torre sineira situada do lado esquerdo da fachada principal, pela sacristia do lado nascente e por um anexo do lado poente.

A fachada principal, imponente e altiva, está enquadrada pelo soco, pela torre sineira, pelo cunhal direito e por uma cornija que se estende à torre sineira e às fachadas laterais. Divide-se em três secções verticais por meio de pilastras. Cada secção tem uma porta encimada por um vão ao nível do coro. As portas laterais são encimadas por janelas com cornija, emolduradas por uma faixa bojuda que define também um avental com almofada retangular em relevo e ainda contorna as portas e remata superiormente o soco absorvendo as bases das pilastras. A porta central é ladeada por duas meias colunas com o capitel decorado com motivos florais. Sobre os extremos do entablamento da porta principal assentam dois meios-pináculos que se prolongam numa moldura bojuda que envolve um óculo quadrilobado. Nesta fachada ainda há um óculo e uma cartela, enquadrada por duas volutas em relevo, com uma inscrição, indicando o nome do pároco que a edificou, o padre Alexandre Pimentel de Mesquita e o ano da construção 1778. Lá no alto e sobre a cornija da fachada assenta um frontão dividido em três secções. No tímpano da secção central há um óculo circular emoldurado por um quadrado. O remate superior da secção central é feito por duas volutas que elevam até uma cruz em ferro. Sobre o cunhal direito e sobre as duas pilastras há pináculos.

A torre sineira situada a nascente está dividida em dois níveis pelo prolongamento da cornija da fachada principal. O nível inferior, mais alto, tem uma lápide onde se lê que foi edificada com esmolas dos devotos em 1898, portanto muito depois do templo. Os vãos dos sinos, situados no nível superior, são rematados em arco de volta inteira. A torre tem no cimo uma cornija e encimada por um coruchéu octogonal.

Na fachada posterior do corpo principal existem dois óculos em forma de losango correspondentes aos topos das naves laterais.

O corpo principal divide-se interiormente em três naves separadas por duas fiadas de arcos de volta inteira, num total de cinco, apoiados em pilares de secção quadrangular com bases e capitéis salientes. O coro alto, construído em madeira, situa-se sobre a entrada, ocupando o espaço correspondente ao primeiro tramo das naves. Sob o coro, do lado do evangelho, há uma porta de acesso ao batistério que se situa no corpo da torre, porta esta rematada em arco de volta inteira e de em madeira recortada. No terceiro pilar a contar da entrada, do lado do evangelho, há um púlpito com consola em pedra aparentemente suportada por uma mísula de madeira. É acessível por uma escada também em pedra que envolve o pilar. No quinto tramo, em cada parede das naves laterais, está embutido um arco igual aos arcos separadores das naves que sugere a passagem para os braços de um transepto inexistente, onde se encontra uma porta e uma janela apoiada numa cornija que une as impostas do arco. O arco triunfal da capela-mor é de volta inteira assente em impostas. Os tetos das naves e da capela-mor são em madeira simulando abóbadas de berço que assentam em grandes cornijas.

Sabe-se que outrora, nas imediações deste templo, existiu uma primitiva igreja construída por volta de 1675 e que seria dedicada, como a atual, a Nossa Senhora dos Remédios.

 

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