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A LENDA DOS NOVE IRMÃOS

Terça-feira, 08.07.14

Conta uma antiga lenda açoriana que há muitos, muitos anos, existiu no meio do Oceano Atlântico um país muito belo e próspero, com cidades maravilhosas, praias lindíssimas, campos muito férteis e montanhas cobertas com árvores frondosas, umas carregadas de frutos saborosíssimos, outras tão esplendorosas e altas que pareciam chegar ao céu. Chamava-se Atlântida.

Conta a lenda que nesse fantástico país existiu, numa dada altura, um rei que tinha nove filhos, todos eles rapazes, muito fortes mas também muito amigos.

Certo dia o velho monarca, sentindo que se aproximava o fim dos seus dias, resolveu chamar os filhos. Pediu-lhes que lhe dissessem que sítio preferia cada qual para viver, pois dividir o seu reino por eles, dando a cada um, a parte que mais lhe agradasse. Todos escolheram montanhas, mas como se entendiam bem, não houve discussões e cada um foi para um dos nove cumes montanhosos que o país possuía, decidindo que se haviam de reencontrar, passado um ano.

Após a morte do pai, partiram todos. Na véspera do dia combinado, porém, cheios de desejos de se verem uns aos outros e de se reencontrarem, estavam tão nervosos e excitados que mal conseguiram dormir. Malogradamente, nessa mesma noite ouviram um grande estrondo que se propalou por todas as montanhas. Ao acordar, aperceberam-se, com grande mágoa, que o território que constituía o seu maravilhoso país, se tinha afundado, e que haviam ficado, à superfície das águas, apenas os nove cumes das montanhas que cada um tinha escolhido para si e onde se encontrava naquele momento. Ficavam, assim, impedidos de se reencontrarem, podendo fazê-lo, somente, através do mar. Mas para isso teriam que construir barcos, tarefa que, no entanto, lhes estava facilitada, pois as montanhas que habitavam estavam cobertas de árvores com belos e rijos troncos. Assim decidiram todos e cada um por si, construir barcos, que algum tempo depois lançaram ao mar, viajando, de montanha para montanha, com sucesso. Assim conseguiram todos reunir-se, voltando a abraçar-se e a conviver como nos bons velhos tempos em que viviam no reino de seu pai. Foi assim que aprenderam a viajar pelo mar, e o facto de cada um viver sozinho na sua ilha, nunca mais os impediu de se juntarem e de se visitarem uns aos outros, passando, assim, a viajar de um para outro daqueles cumes montanhosos que eram as ilhas dos Açores.

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publicado por picodavigia2 às 10:48





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