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ADEUS DOS VOLUNTÁRIOS

Quarta-feira, 05.02.14

Poema oral, recitado e cantado, antigamente, na Fajã Grande e recolhido por Pedro da Silveira, em 1945, através de um familiar, tendo-o publicado na Revista Lusitana, Nova Série, em 1966. Em anexo ao texto, do qual apresenta uma versão, ligeiramente diferente, recolhida no Lajedo por José Luís de Serpa, Pedro da Silveira afirma que este rimance era conhecido também na Ponta e na Fajãzinha. Reza assim a versão recolhida na Fajã Grande:

 

“A vinte e quatro de Abril,

Das quatro para as seis da tarde,

Embarcaram os voluntários,

Oh, meu Deus, que crueldade.

 

Não sei com que coração,

Ponha os pés nestes navios,

Deixo minha mãe chorando,

Minha mulher e meus filhos.

 

Adeus, ó querido pai,

Deite-me a sua bênção,

Eu vou para as terras do Sul,

Defender nossa nação.

 

Adeus, ó querida mãe,

Abraçai-me com valor,

O Brasil é nossa pátria,

Dom Pedro o Imperador.

 

Adeus, ó querida esposa,

A quem devo tanto e tanto,

Pede ao Deus do céu que eu volte

Para enxugar teu pranto.

 

Adeus, ó queridos filhos,

Vinde abraçar vosso pai,

Que em breve vai partir

Para os campos do Paraguai.

 

Adeus, ó querida irmã,

Anjo céu, flor da terra,

Já oiço o som da corneta

Que me chama para a guerra.

 

Adeus, ó querida igreja

Adeus, ó templo sagrado,

Adeus, ó sagrada via,

Onde eu fui baptizado.

 

Adeus terra do meu berço,

Pátria minha tão querida,

Em defesa dos teus brios,

Vou arriscar minha vida.”

 

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publicado por picodavigia2 às 10:13





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