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ANGRA NO FIO DAS PALAVRAS

Domingo, 18.05.14

  «…"Angra", o mais bem conseguido dos dois sonetos que integram a obra (no fio das palavras de Artur Goulart), merece uma atenção especial, tal é a expressividade do jogo conotativo da sua construção. Fiquemo-nos pela primeira quadra. Nesta angra da memória te revejo - angra minusculada sugere que o sujeito lírico revê aquilo que tem guardado na mente, à maneira de uma baía bem protegida; memória dessa Angra que revivo - Angra, agora com maiúscula, a designar a cidade capital da ilha Terceira de que se obtém uma panorâmica junto do obelisco situado na sua zona mais alta conhecido por 'Memória'; cidade atormentada dor - o terramoto destruidor da urbe dera-se não muitos anos antes da escrita do poema; desejo / volúpia de morrer livre e cativo - morrer livre, «Antes morrer livre que em paz sujeito» é divisa do brasão de armas, herança quinhentista inscrita na fortaleza de S. João Baptista incrustada no sobranceiro Monte Brasil. Lembra a variante camoniana duma certa «cativa / que me tem cativo» - chamada Bárbara - «porque nela vivo / é força que viva”.»

Olegário Paz

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publicado por picodavigia2 às 08:54





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