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AS FESTAS RELIGIOSAS EM PONTA DELGADA

Terça-feira, 08.04.14

Eram várias as festas que, ao longo do ano, na década de cinquenta, se realizavam na igreja Matriz de Ponta Delgada. Em Dezembro e para além do Natal, realizava uma grande festa em honra da Imaculada Conceição. Precedida de um novenário preparatório, a festa tinha o seu epicentro no dia oito, com missa solene, cantada e à tarde uma procissão em que seguia, pelas ruas de Ponta Delgada, uma imagem da Virgem que me fazia lembrar a da Senhora da Saúde, existente na igreja da Fajã.

Em Janeiro, também com grande pompa e circunstância que se realizava a festa do padroeiro, o glorioso mártir São Sebastião. A Semana Santa, por sua vez, era celebrada ao pormenor, com todas as cerimónias, ritos e procissões, com destaque para a procissão de Ramos, o lava-pés, as Endoenças e a procissão do Senhor Morto. Nós, os seminaristas das ilhas, como estávamos de férias, participávamos em todas as celebrações, a que se associavam muitos sacerdotes residentes na cidade.

Mas a mais aliciante de todas as procissões, realizada por altura da Páscoa era a Procissão aos Enfermos. As ruas cobriam-se com tapetes multicolores e enfeitavam-se as janelas com colchas desde da Avenida Marginal até à rua da Arquinha, passando pelas do Amorim, Contador, Passal, Santana, Margarida Chaves e muitas outras, até regressar à Matriz. O Senhor, sob a espécie do pão, era conduzido pelo pároco e acólitos, debaixo do pálio, acompanhado de muito clero, dos seminaristas e de muito povo, visitando os doentes e acamados, a quem era distribuída a comunhão.

Para além destas festas realizadas na paróquia a que pertencíamos, ainda participávamos na grandiosa festa do Senhor Santo Cristo, incontestavelmente a maior festividade celebrada nos Açores. Participávamos nas procissões da mudança da imagem e na do dia da festa, esta com um giro gigantesco e dávamos passeios pelo campo de São Francisco e pela Avenida, vendo e observando as barracas e os vendedores ambulantes. Simplesmente como o dinheiro era pouco ou quase nenhum, apenas consegui comprar uns pequenos objectos de barro da Lagoa que guardei para levar e oferecer a meus irmãos nas férias que já se aproximavam.

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publicado por picodavigia2 às 09:16





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