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CRIAÇÃO DA PARÓQUIA DAS LAJES OU A PRIMEIRA DA ILHA DAS FLORES

Domingo, 20.07.14

O lugar onde se situa a actual Vila das Lajes das Flores terá começado a ser povoado, talvez ainda no primeiro decénio de Quinhentos, à volta de uma pequena Ermida em louvor do Espírito Santo, construída no porto, próximo do mar. A constituição da mesma vila como paróquia, no entanto, remonta aos primeiros anos do século XVI, ou seja, praticamente pouco depois do povoamento daquele lugar. A paróquia das Lajes, cuja data mais provável da sua constituição é 1676, no entanto já era de invocação a Nossa Senhora do Rosário em meados do século XVII, altura em que estava a ser construída a actual Igreja Matriz.

Diogo das Chagas refere o referido lugar nestes termos; “ao sair do porto, que é uma calheta em que abicam barcos”.

Sendo o primeiro local da ilha a ser habitado, as Lajes também foi durante os dois primeiros séculos de povoamento, a localidade da ilha mais importante e com mais população, uma vez que, na mais antiga estimativa da população da ilha, em 1587, o cosmógrafo Luís Teixeira atribui-lhe 300 habitantes, enquanto frei Agostinho de Monte Alverne, em finais de Seiscentos, situa na mesma vila 320 fogos com 1.200 almas. Esta uma das razões porque as frequentes investidas da pirataria se centralizavam ali, com destaque para a que foi porventura a mais devastadora de sempre, acontecida em 1587, quando cinco navios ingleses enganosamente entraram na ilha, pelo porto das Lajes, “destruindo quanto acharam, queimando os templos todos e assolando as casas, sem ficar nem uma só”

No último quartel do século XVII, porém, Lajes das Flores desmembra-se e essa a razão por que em 1717, segundo o padre António Cordeiro, já era a “segunda vila” da ilha, ainda que “em nada sujeita” à florescente vila de Santa Cruz das Flores.

Dessa divisão nasceram duas novas paróquias, uma de invocação a Nossa Senhora dos Remédios, nas Fajãs, em 1676, outra em louvor de São Caetano, na Lomba, provavelmente em 1698. Por duas vezes mais, a paróquia das Lajes volta a ser alvo de desanexações, daí resultando a criação das paróquias de Nossa Senhora dos Milagres, no Lajedo, em 1823, e do Senhor Santo Cristo, na Fazenda, em 1959. Isto significa que à data da sua formação, a paróquia da Senhora dos Remédios das Lajes, possuía um extensíssimo território, precisamente o que abarca o actual concelho, com excepção do lugar da Ponta que pertencia a Santa Cruz, vindo a integrar, a quando da sua criação, a paróquia de Ponta Delgada, a terceira mais antiga da ilha, depois das Lajes e Santa Cruz.

A actual igreja Matriz começou a ser construída em 1763, ficando concluída cerca de vinte anos depois. Sabe-se que foi construída no local onde existiu uma antiga ermida, sobre a invocação do Espírito Santo e que para ali fora transferida do porto e destinou-se a substituir a velha Matriz, que o vulgo conhecia por Igreja das Sete Capelas e que se situava no local onde se situa actualmente o cemitério.

Hoje, no entanto o orago da paróquia das Lajes é a Senhora do Rosário.

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publicado por picodavigia2 às 17:14





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