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FESTA DE SÃO PEDRO EM SÃO CAETANO

Sexta-feira, 28.03.14

São Pedro, tradicionalmente, é considerado o padroeiro dos pescadores e dos homens do mar. Daí que muitas das localidades que fazem da faina marítima, uma das suas principais actividades económicas, habitualmente, o venerem e celebrem. A freguesia de São Caetano deste sempre foi considerada terra de pescadores e marinheiros, sendo que, grande parte das famílias que ali residiam, encontrava, no mar, uma boa parte do seu sustento. Alguns dos seus habitantes tornaram-se valorosos baleeiros, outros dedicaram-se, com arte e empenho, à pesca da albacora, enquanto muitos faziam da pesca artesanal, em pequenos barcos, muitas vezes construídos por eles próprios, o seu ganha-pão. Além disso, a costa da orla marítima desta freguesia e a enorme baía que lhe fica em frente são abundantes em peixes, moluscos e crustáceos. Tal abundância convidava a que muitos dos seus habitantes dedicassem grande parte do seu tempo livre à pesca de cana, ou à apanha de polvos, caranguejos e lapas. Mas o mar, por vezes, é traiçoeiro e cruel, repleto de perigos e intempéries. Era pois imperioso solicitar o auxílio sobrenatural, implorando ajuda celeste, através de São Pedro, também ele pescador. Assim e naturalmente surgiu a devoção a este santo, consumada numa festa de que ainda hoje há memória e que se fazia, na freguesia, há mais de oitenta anos. O local escolhido para celebrar e homenagear São Pedro era o largo do Caminho do Meio, incorporado entre as adegas, símbolos da labuta e da simplicidade deste povo, que ao mesmo tempo que festejava o santo, manifestava, conjuntamente e em alegres folguedos, a sua alegria. A ideia de celebrar uma festa em memória de São Pedro, solicitando a sua protecção aos pescadores, terá sido impulsionada pela senhora Rosinha Simas. No dia de São Pedro, no Largo do Caminho do Meio, fora da sua adega, esta generosa senhora, colocava uma mesa com bebidas e sobre a qual, também, eram colocadas ofertas que as outras pessoas levavam para arrematar, às quais se juntavam rosquilhas de aguardente feitas por aquela senhora e que oferecia a todos os presentes. Ao lado e a ornamentar o espaço, uma bandeira de S. Pedro pintada à mão.

Desde há alguns anos esta festa foi recuperada na sua simplicidade original e aquele local foi reestruturado e renovado, sendo erguido, no mesmo um nicho em honra de S. Pedro É uma festa de cariz popular e religioso. Celebra-se missa campal junto ao nicho, seguindo-se a procissão e arraial onde há sardinhada para todos os participantes e, em louvor de São Pedro, distribuem-se biscoitos de massa sovada cumprindo-se, assim, uma tradição, dando-se continuidade ao que se fazia há mais de oitenta anos.

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publicado por picodavigia2 às 19:18





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