PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
HUMILDADE E GRATIDÃO
Fez parte do curso que demandou o Seminário de Santo Cristo em 1959/60, foi um dos antigos alunos do SEA que esteve no encontro de Angra. Convivemos onze anos no Seminário e talvez, por culpa recíproca, “desperdiçámos” algum tempo que poderíamos ter aproveitado melhor para criar, fortalecer e solidificar uma amizade sincera, digna e verdadeira. Agora, já mais amadurecidos, apenas em três ou quatro dias, aproveitamos todo o tempo para recuperar e repor essa amizade, na altura um pouco descuidada. É senhor de excelentes qualidades, de uma humildade soberana, duma simplicidade relevante, sempre disposto a dar os seus testemunhos e a ouvir os outros. Uma agradável surpresa para mim e creio que a recíproca também terá sido verdadeira para ele.
Natural da Ribeirinha, São Miguel, teve um percurso de vida notável, culminando em 1967 com a sua escolha para monitor dos Médios, fazendo parte da última equipa de monitores que o SEA conheceu. Completou o curso de teologia e, posteriormente, fez o seu percurso profissional como professor. De realçar a sua intervenção muito oportuna, no Encontro, durante a recriação do sarau músico-literário, ao declamar um poema em homenagem a Dona Ana Rocha Alves, uma senhora da sociedade angrense dos anos 50, que tinha um coração enorme e que acolhia na sua casa, como se fossem seus filhos, os que iam abandonando o Seminário, por isto ou por aquilo, enquanto aguardavam dias melhores e não tinham onde ficar. Todos os que passaram por casa dela, como o Manuel, chamam-lhe, carinhosamente, “Mãe Ana” e falam dela com um carinho e uma ternura comoventes.
Agora aguardo a sua prometida vinda aqui, ao Porto, em Outubro próximo. Havemos aproveitar para ainda mais recuperar de forma convincente e profícua todo o tempo, para repor e manter bem viva uma verdadeira e recíproca amizade.