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HUMILDADE E SENSATEZ

Segunda-feira, 14.09.15

Entrou para o Seminário Menor de Ponta Delgada no ano de 1059/60, pelo que frequentámos aquela instituição de ensino, conjuntamente, durante um ano. O mesmo aconteceria dois anos depois na Prefeitura de São Luís Gonzaga, no SEA, prolongando-se o nosso percurso, paralelo e simultâneo, pelos Médios e Teólogos, até 1968, ano em que decidiu suspender a sua formação no Seminário de Angra. Esta caminhada, lado a lado, anos a fio, permitiu-me descortinar que, para além de um aluno estudioso, inteligente, aplicado e, consequentemente, brilhante, era um jovem dotado de uma docilidade inexaurível, duma bondade excessiva, duma educação exemplar, duma generosidade sem limites, amigo de todos, leal, solidário com os mais desamparados e bondoso nos seus modos e atitudes. Um percurso excelente, uma vivência extraordinária, um companheirismo gratificante.

Natural das Cinco Ribeiras, ilha Terceira, onde sempre viveu, o seu percurso profissional, depois de uma rápida e curta passagem pelo ensino, centrou-se no Museu de Angra, de que foi, durante longos anos, técnico profissional de museografia, tendo também enveredado pelo jornalismo, exercendo os cargos de redactor do Jornal “Directo” e, mais tarde, chefe de redacção do “Jornal da Praia”. Paralelamente notabilizou-se como sindicalista e foi Coordenador Regional do SINTAP. Actualmente, pese embora já esteja reformado, é dirigente da Associação de Consumidores dos Açores e da Fraternidade Franciscana Secular. Tanto a nível profissional como nas restantes actividades paralelas em que se tem envolvido, revelou sempre uma entrega total, uma dedicação exemplar e um esforço gigantesco, o que aliado à sua capacidade intelectual e ao seu espírito de trabalho fez dele um profissional competente, dedicado e eficiente.

No grande encontro vinha carregado de vivências e foi-nos trazendo uma Angra e um Seminário metamorfoseados pelas vicissitudes e exigências de mais de quarenta anos. Calmo, silencioso, sensato, oportuno e discreto, falava mais com as atitudes do que com as palavras, transmitindo-nos uma docilidade, um enlevo, uma tranquilidade e uma ternura deslumbrantes que, embora não se evidenciando muito, fizeram dele um verdadeiro “Senhor” do Encontro.

Foi esta espécie de “reserva” de um discreto e sensato não protagonismo que fizeram com que no dia a seguir ao encontro, ao viajar da Terceira para o Pico, desse de caras, a bordo do “Santorini” com ele. Que ia para o Pico, que a esposa era da ilha montanha, onde tem moradia de verão e que havia de ficar no Pico durante os meses de Julho e Agosto. E surpresa das surpresas: mesmo aqui ao lado, na vizinha freguesia de São João. E o mais curioso e enigmático de tudo é que, até então, nem ele nem eu havíamos dado por isso.

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publicado por picodavigia2 às 00:21





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