PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
JANEIRO FORA
“Janeiro fora Cresce uma hora e se bem contar hora e meia há-de achar.”
Este é um adágio muito divulgado e conhecido. Antigamente, também era muito lembrado na Fajã Grande. Nesse tempo o povo ainda regulava o seu dia-a-dia pelo saber das suas experiências quotidianas, pelo Sol, pela Lua, pelas nuvens, pelas estrelas, pela noite e pelo dia. Este, como muitos outros adágios está relacionado com um dos meses do ano, janeiro, um dos meses em que os dias sendo muito curtos, impediam que o trabalho agrícola se prolongasse e fosse mais amplo. O adágio revelava pois uma certa alegria ou um notório contentamento, uma vez que, a partir de janeiro já havia pelo menos mais uma hora para se poder trabalhar os campos.
Outros adágios de janeiro:
A água de Janeiro vale dinheiro.
Ao minguante de Janeiro, corta o madeiro.
Bom tempo no Janeiro e mau no estio, bom ano de fome, mau ano de frio.
Bons dias em Janeiro vêm a pagar-se em Fevereiro.
Comer laranjas em Janeiro é dar que fazer ao coveiro.
Em Janeiro seca a ovelha e suas madeixas ao fumeiro.
Em Janeiro sobe o outeiro. Se vires verdejar, põe-te a chorar, se vires terrear, põe-te a cantar.
Em Janeiro salto de carneiro.
Janeiro e Fevereiro vazam o celeiro.
Janeiro frio e molhado, enche a tulha e farta o gado.
Janeiro quer-se geadeiro.
Luar de Janeiro não tem parceiro, mas o de Agosto dá-lhe no rosto.
Não há luar como o de Janeiro, nem amor como o primeiro.
O bom tempo de Janeiro faz o ano galhofeiro.
Os bons dias em Janeiro vêm-se a pagar em Fevereiro.
Sol de Janeiro anda sempre atrás do outeiro.