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MAR

Terça-feira, 12.08.14

Mar,

na tua voz de búzio derrelicto,

há um silêncio contuso

um vulto abafado de vulcão .

Há nas tuas ondas um rumor acrisolado,

um sulco de lava, imperfeito.

Sobrevoam-te, em danças contundidas,

bandos de ganhoas amordaçadas.

 

Há na tua calma

um reboliço contundente de paixão.

No teu seio

navegam barcos sem velas e sem rumo

e as praias são desertos magoados.

 

No cais, de onde, outrora, partiam caravelas,

Constróis madrugadas de desejos.

Já não há jangadas de madeira carcomida,

E as sombras das gaivotas desfizeram-se

Sobre restos de navios naufragados.

 

Há baixios e laredos a arder,

Rochedos submersos e desfeitos,

Há vulcões mortos e sem brilho.

 

A tua água, silente, espelha,

uma canção perdida no horizonte,

um sorriso de donzela perturbada!

 

Mar de espuma obstruída…

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publicado por picodavigia2 às 21:09





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