PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
Nº 29 JOAQUINA
“Aos septe dias do mez de Novembro do anno de mil oitocentos e noventa, nesta egreja Parochial de São José da Fajã Grande, concelho das Lages, ilha das Flores, Diocese de Angra, baptisei solenemente um indivíduo do sexo feminino quem dei o nome de Joaquina, e que nasceu nesta freguezia ás cinco horas da tarde do dia dois do dito mez e anno filha legítimo primeiro do nome de José Maria de Souza, jornaleiro e de Maria José Theodósio, serviço doméstico, naturaes, recebidos, parochianos e moradores no logar da Quada, neta paterna de avô icógnito e de Maria de Jesus e materna de Francisco António Vallente e de Anna de Jesus. Foi padrinho José António de Freitas Lourenço casado proprietário e madrinha Joaquina Emília da Glória, casados, proprietários, os quais todos sei serem os próprios. E para constar lavrei em duplicado este assento e que depois de ser lido e conferido perante os padrinhos, comigo assigna a madrinha e não assignando o padrinho por não saber escrever. Era ut supra.
Joaquina Emília da Glória (assinatura)
Adiante vai paga a estampilha fiscal o valor de cem reis devido por este assento.
O Vigário Francisco José Constantino Flores”.
Este é o registo de batismo da minha avó materna Joaquina Fagundes de Sousa. À margem do assento foi averbada a seguinte nota:
“Não vae selado por falta de meios dos interessados e por terem sido gratuitos os actos a que este assento se refere. C. Flores.”
O documento encontra-se, juntamente com milhares de outros, respeitantes às paróquias açorianas, guardados no site da Secretaria Regional da Educação e Cultura – Cultura Governo dos Açores – Inventário Genealógico, onde estão reproduzidas cópias dos assentos paroquiais até 1910, altura em que os nascimentos passaram a ser feitos no Registo Civil.
Neste ano de 1890, nasceram na Fajã Grande trinta crianças, dez do sexo masculino, com os nomes de José dez, Augusto, Manuel, João, Fernando e Francisco As outras vinte crianças eram do sexo feminino e dezasseis receberam o nome de Maria. Às restantes foram postos os nomes de Joaquina, Clara, Ermelinda e Ana