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NO BORRALHO DO ENCONTRO

Sábado, 15.03.14

Quando se faz uma enorme fogueira, no fim fica sempre um borralho, difícil de apagar, sobretudo porque há sempre uma ou outra brasa que se vai reacendendo aqui e acolá, correndo-se o enorme risco de ela se reacender de tal maneira e com tal veemência que volte a atear-se um novo fogo. Essa a razão por que quando sou eu que faço a fogueira, se verifico que alguma brasa se reacende, corro logo a apagá-la.

Foi exactamente isto que aconteceu por estes dias. No brasido da gigantesca fogueira ateada por estes dias – a fogueira do nosso encontro, da nossa amizade, do nosso carinho, do “Congresso de Todas as Recordações” – ficou uma brasa acesa, que é como quem diz, ficou algo esquecido e de que eu sou o único culpado. Por isso me apresso aqui, a ressarcir o meu erro, a penitenciar-me daminha culpa. Felizmente, ainda venho a tempo de emendar a enorme borrada, apagar a gigantesca gafe, desfazer o gigantesco lapso por mim cometido, uma vez que o texto lido, na manhã do passado domingo, no átrio de entrada do Seminário, ainda não foi divulgado na comunicação social, apenas um grupo pequeno e restrito, dele teve conhecimento. No final da minha dissertação, em vez de referir apenas: “Muitos outros se distinguiram, sobretudo no ensino e na gestão bancária”. Deveria ter escrito assim: “Muitos outros se distinguiram, sobretudo no ensino e na gestão bancária, destacando-se, nesta última área, o Noé Carvalho e o Duarte Miranda”.

Aqui me penitencio, aqui me retraio, por não ter referido estes dois nomes, pedindo-lhes as minhas maiores e mais sinceras desculpas. No entanto, como todos os condenados tem direito a defesa, mesmo culpado, vou tentar fazer a minha defesa, aliviando-me a pena e remediando a afronta.

1 – Encontrei o Noé Carvalho, no Mucifal, há uns meses atrás e conversamos muito, talvez mais e, sobretudo de forma mais sincera porque mais adulta, do que nos tempos do Seminário, em que, pelo menos eu, era um jovem imaturo, insensato e incauto. Na altura não o achei nada vaidoso, mas também se fosse não o condenaria por isso, porquanto a vaidade, civilmente, não é crime, apenas religiosamente um “pecado”

2 – Bem me tinham avisado que, na “Homenagem” não referisse nomes, pois corria sérios riscos. Como acredito muito no bom senso das pessoas, decidi arriscar. Hoje arriscaria de novo, mesmo esquecendo o nome do Noé ou de quem quer que fosse. É que há ali nomes tão grandes que nunca deixaria de os referir com receio de olvidar um ou outro. Isso sim, se não crime, seria, no mínimo, uma injustiça.

3 – Os poetas deixam poemas, os músicos obra feita, os sacerdotes incendeiam os púlpitos e os políticos os parlamentos. Parece-me mais verossímil esquecer um bancário ou até um professor, não por não terrem mais valor, mas porque a intensidade da sua acção, digna, nobre e profícua, tem por natureza, menos “visibilidade”.

Apesar de sentir que estas condicionantes, seriam motivos mais do que suficientes para uma  “absolvição”, aqui deixo o meu sincero pedido de desculpas ao Noé,  ao Miranda e a muitos outros, infelizmente também esquecidos e, sobretudo a outros bancários, se os há e que cujos nomes, o Noé, melhor do que ninguém me poderia ter referido.

Angra, Julho de 2012

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publicado por picodavigia2 às 00:40





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