PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
NUNO ÁLVARES MENDONÇA
Nuno Álvares Mendonça nasceu na Beira, Velas, ilha de S. Jorge, em 12 de Abril de 1923. Fortemente influenciado pelo pai, Rui de Mendonça, começou por se dedicar à pesca desportiva. Aos 14 anos de idade tirou a cédula marítima e, dois anos mais tarde, dedicava-se já à caça da baleia uma armação baleeira pertencente à família.
Concluiu o Curso Industrial e Comercial na antiga Escola Madeira Pinto, em Angra do Heroísmo. Cumprido o serviço militar em Évora e Vendas Novas, regressou à ilha de S. Jorge, onde exerceu, durante largos anos, intensa actividade laboral e industrial. Amante da liberdade, apoiou, na sua terra natal, as candidaturas de Humberto Delgado e Norton de Matos.
Nos anos 70 fixou-se com a família na ilha Terceira e, uma década mais tarde, na ilha de S. Miguel. Até à reforma dedicou-se à pesca atuneira, tendo sido proprietário do único navio atuneiro português com sistema de pesca de cerco e havendo com ele pescado nos mares dos Açores, Cabo Verde e Golfo da Guiné.
É autor de uma obra de referência no âmbito da etnografia marítima açoriana: Memórias de um Baleeiro. Trata-se de um documento vivo de factos vividos e sentidos pelo seu autor durante o tempo em que foi baleeiro e onde é descrito, de forma rigorosa, os processos, as técnicas, as operações e as nomenclaturas referentes à faina baleeira, a par da evocação de gentes do mar e da terra de grande riqueza humana.
Escreveu ainda Histórias de Aventuras, Contrabandos e Marinheiro em Terra, obras que referem interessantes percursos de vida vivida e de vida sonhada. Assumidamente auto-biográficas, são histórias de aventuras, memórias e peripécias que se lêem com infinito prazer.
Dados retirados do CCA – Cultura Açores