Vindo o lavrador da arada,
Encontrou um pobrezinho ;
E o pobrezinho lhe disse:
-Leva-me no teu carrinho.
Deu-lhe a mão o lavrador,
E no seu carro o metia;
Levou-o para a sua casa
Prà melhor sala que tinha.
Mandou-lhe fazer a ceia
Do melhor manjar que havia;
Sentou-o na sua mesa,
Mas o pobre não comia.
As lágrimas eram tantas
Que pela mesa corriam;
Os suspiros eram tantos
Que até a mesa tremia.
Mandou-lhe fazer a cama
Da melhor roupa que tinha:
Por cima damasco roxo,
Por baixo cambraia fina.
Lá pela noite adiante
O pobrezinho gemia;
Levantou-se o lavrador
A ver o que o pobre tinha.
Deu-lhe o coração um baque,
Como ele não ficaria!
Achou-o crucificado
Numa cruz de prata fina.
-Meu Jesus, se eu tal soubera,
Que em minha casa Vos tinha,
Mandava fazer preparos
Do melhor que encontraria.
-Cala-te aí, lavrador,
Não fales com fantasia.
No céu te tenho guardada
Cadeira de prata fina,
Tua mulher a teu lado,
Que também o merecia.
(Da tradição popular)
(Retirado do Livro de Leitura da 3ª classe, Ministério da Educação Nacional)
Encontrou um pobrezinho ;
E o pobrezinho lhe disse:
-Leva-me no teu carrinho.
Deu-lhe a mão o lavrador,
E no seu carro o metia;
Levou-o para a sua casa
Prà melhor sala que tinha.
Mandou-lhe fazer a ceia
Do melhor manjar que havia;
Sentou-o na sua mesa,
Mas o pobre não comia.
As lágrimas eram tantas
Que pela mesa corriam;
Os suspiros eram tantos
Que até a mesa tremia.
Mandou-lhe fazer a cama
Da melhor roupa que tinha:
Por cima damasco roxo,
Por baixo cambraia fina.
Lá pela noite adiante
O pobrezinho gemia;
Levantou-se o lavrador
A ver o que o pobre tinha.
Deu-lhe o coração um baque,
Como ele não ficaria!
Achou-o crucificado
Numa cruz de prata fina.
-Meu Jesus, se eu tal soubera,
Que em minha casa Vos tinha,
Mandava fazer preparos
Do melhor que encontraria.
-Cala-te aí, lavrador,
Não fales com fantasia.
No céu te tenho guardada
Cadeira de prata fina,
Tua mulher a teu lado,
Que também o merecia.
(Da tradição popular)
(Retirado do Livro de Leitura da 3ª classe, Ministério da Educação Nacional)