PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
O REGRESSO DO COLCHÃO
Depois dos acontecimentos políticos dos últimos dias e dos pertinentes comentários que se ouvem e lêem começa a parecer-me, o que há muito vinha cuidando, que isto está mesmo muito mau, diria, péssimo. Como dizia a minha avó “não há ponta por onde se lhe pegue.
Após as decisões do Tribunal Constitucional, elogiadas por uns e condenadas por outros, muitos comentadores políticos e alguns “paineleiros” de programas televisivos e das rádios, assim como um ou outro político, começaram a jurar “a pés juntos” que só nos restam três alternativas, cada uma delas mais dramática do que a outra: ou o Governo arranja, à “queima-roupa” um plano B que, pelos vistos nunca teve mas deveria ter tido, ou o mesmo Governo demite-se ou é demitido e é colocado como chefe de um novo governo um “tresloucado” qualquer, por nomeação ou através de eleições legislativas intercalares, ou caímos todos num buraco sem fundo, que desde há muito andámos a escavar.
Parece-me, no entanto, que quer se verifique a primeira ou a segunda destas hipóteses, porque no caso da terceira tudo é muito mais linear, corremos sérios riscos de a famigerada “Troika”, nos fazer algo semelhante ou ainda pior do que aquilo que, há uns meses, fez em Chipre: “gamar-nos” 50% de todos os depósitos e contas bancárias superiores a dez mil euros. Perante tal, embora apenas hipotético, descalabro, parece que há quem ande já - se é que ainda seja possível – a poupar uns troquitos e, à semelhança dos nossos avoengos, embora estes por outras razões, os ir guardando debaixo do colchão.
Texto publicado no Pico da Vigia em 6 de Junho de 2013