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OS PADROEIROS DAS PARÓQUIAS AÇORIANAS

Segunda-feira, 27.01.14

Os Açores têm 156 freguesias e 164 paróquias, uma vez que, nalgumas ilhas existem paróquias que não correspondem a freguesias, assim como há freguesias que ainda não são paróquias.(1) Obviamente que cada paróquia tem a sua igreja paroquial e, consequentemente, o seu padroeiro. Algumas paróquias terão sido constituídas logo após o povoamento e, por isso, muitos dos seus padroeiros assim como os das localidades que mais tarde lhes deram origem, foram o resultado da devoção dos primeiros povoadores, de cujos santos traziam as respectivas imagens. Mas, por vezes e muito naturalmente, nalguns lugares não havia imagens. Sabe-se, por exemplo, que a primeira igreja construída no Faial, teve como padroeiro a “Santa Cruz”, precisamente porque os povoadores que ali chegaram não tinham nenhuma imagem, construindo uma cruz para colocar no altar-mor. Outros padroeiros terão surgido como resultado da aflição dos habitantes em momentos de angústia, como crises sísmicas e tempestades, (Santa Bárbara, Senhora da Agonia) ou crises agrícolas (Santo Antão e Santo Amaro) ou de ataques dos piratas (Senhora dos Milagres), etc.

São 74 os padroeiros açorianos para as 156 paróquias, pelo que muitos se repetem em várias ilhas e até dentro de cada ilha. Nossa Senhora é a mais proclamada como padroeira, sobre 36 invocações diferentes, muitas delas também repetidas, num total de 69, o que corresponde a 42% do total das paróquias açorianas.

A invocação mais repetida, nos Açores, é a de São Pedro, padroeiro em nove paróquias: S. Miguel (4), Terceira (3), Flores e Santa Maria. Segue-se Santa Bárbara com oito invocações, como padroeira, o que acontece em todas as ilhas, excepto Flores, Corvo e Graciosa, sendo esta invocação repetida na Terceira e em São Miguel. As invocações marianas mais frequentes são a Senhora da Conceição (6): S. Miguel (3), Terceira, Faial e Flores e a Senhora do Rosário (6): S. Miguel (3), São Jorge (2) e Flores. Santo António é padroeiro de 5 paróquias: S. Miguel (2), Terceira, S. Jorge e Pico, o mesmo acontecendo com São José: S. Miguel (3), Terceira e Flores e também com São Mateus: Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial. Nossa Senhora da Ajuda tem 4 invocações: S. Miguel (2), Pico e Faial, assim como a Senhora da Luz: S. Miguel (2), Graciosa e Faial e a Senhora dos Milagres: S. Miguel, Terceira, Flores e Corvo. Ainda com 4 invocações, temos a Santa Cruz: S. Miguel, Terceira, Graciosa e Pico e São Sebastião: São Miguel (2), Terceira e Pico. O Divino Espírito Santo, embora amplamente festejado e fruto de muita devoção em todas as paróquias, é padroeiro, apenas de 3: S. Miguel, Terceira e Faial. Voltando às invocações marianas, a Virgem é 3 vezes proclamada padroeira como: Senhora dos Remédios: S. Miguel (2) e Flores, Senhora da Graça: S. Miguel (2) e Faial e Senhora do Pilar: S. Miguel, Terceira e Flores. Santa Ana também tem 3 invocações: S. Miguel (2) e S. Jorge, assim como Santa Catarina de Alexandria: Terceira, S. Jorge e Faial e Santa Luzia: S. Miguel. Terceira e Pico. Curiosamente, na Terceira existem duas paróquias com o nome de Santa Luzia, sendo que o padroeiro de uma delas (Santa Luzia da Praia) é São José. A Santíssima Trindade tem 3 invocações: Pico, Faial e Flores assim como o Santíssimo Salvador: S. Miguel, Terceira e Faial. São Jorge também tem 3 invocações: S. Miguel, Terceira e, naturalmente, S. Jorge. São Roque tem 3: S. Miguel, Terceira e Pico. São muitas as invocações como padroeiros de duas paróquias, quer de Nossa Senhora, quer de Santos. Nossa Senhora da Penha de França (S. Miguel e Terceira), da Piedade (S. Miguel e Pico), das Candeias (S. Miguel e Pico), das Dores (Pico e Faial), das Neves (S. Miguel e S. Jorge), do Guadalupe (Terceira e Graciosa), do Livramento (S. Miguel e Flores) (2) e, ainda, dos Anjos, neste caso, com ambas as invocações em São Miguel. Há também várias invocações de santos, como padroeiros, simultaneamente, em duas paróquias açorianas: Santo Amaro (S. Jorge e Pico), Santo Antão (S. Jorge e Pico), São Bartolomeu (Terceira e Pico), São Brás (S. Miguel e Terceira), São Caetano (Pico e Flores), São João Baptista (Terceira e Pico), São Lázaro (S. Miguel e S. Jorge) e São Miguel Arcanjo (S. Miguel e Terceira)

São 35 as invocações Divinas, de Maria ou de Santos que não se repetem nas paróquias dos Açores. As invocações divinas, são apenas três: duas em S. Miguel: Bom Jesus Menino e Senhor Bom Jesus e, nas Flores) Santo Cristo, enquanto as marianas são bastantes mais: Senhora da Assunção, da Purificação e do Bom Despacho em Santa Maria, Senhora da Anunciação, da Apresentação, da Boa Viagem, da Estrela, da Misericórdia, da Oliveira, da Saúde, das Necessidades, do Amparo, dos Prazeres e Mãe de Deus, na ilha de São Miguel. Por sua vez na Terceira as invocações marianas não repetidas, são apenas três: Senhora da Pena, das Mercês e de Belém, no Faial, Senhora das Angústias e Senhora do Socorro e no Pico senhora da Boa Nova.

Finalmente são treze os santos invocados, singularmente, como padroeiros das ilhas açorianas: Em São Miguel: Santa Clara, São Nicolau, São Paulo, São Vicente Ferreira e Santos Reis Magos, na Terceira: Santa Beatriz, Santa Margarida, Santa Rita, São Bento e São Francisco Xavier, em São Jorge: São Tiago Menor e no Pico, Santa Maria Madalena.

 

(1)     Nos Açores existem 10 paróquias que não são freguesias: Corvo, Pico 2 (Silveira e Santa Bárbara/Santa Cruz-Ribeiras), S. Jorge 2, (Santo António e Beira): Terceira 3, (Santa Rita, St Luzia e Casa da Ribeira) e S. Miguel 2 (Atalhada e Saúde/Milagres-Arrifes). Por sua vez há duas freguesias que não são paróquias: Ribeira Seca no concelho de Vila Franca do Campo e Lomba de S. Pedro, no da Ribeira Grande.

(2)     Nas Flores, na Caveira, a invocação primitiva era “As Benditas Almas”, caso único no mundo. Esta invocação, no entanto, foi retirada e substituída pela Senhora do Livramento, durante o episcopado de D. Manuel Afonso de Carvalho, argumentando o Prelado que as “Almas do Purgatório” ainda não eram santas e que o dia da sua festividade (2 de Novembro) era inadequado a uma celebração festiva condigna.

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publicado por picodavigia2 às 15:03





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