PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
PADRINHOS
“Quem não tem padrinhos não se batiza.”
Este adágio, como era muito utilizado na Fajã Grande mas, como é óbvio, apenas no sentido figurado, pois na realidade nunca ninguém ficou por batizar na Fajã Grande por não ter padrinhos nem por outro motivo qualquer.
Assim usava-se este provérbio querendo significar-se que em inúmeras situações do quotidiano muitas pessoas conseguindo sucesso na sua vida ou no seu trabalho ou alcançar qualquer benefício não em virtude dos seus méritos mas graças a alguém mais poderoso que tudo conseguia e de quem era protegido. Eram as vulgarmente chamadas “cunhas” para arranjar um emprego, obter proteção, livrar-se da tropa, etc, etc. Esta situação parece ser tão antiga e tão comum em Portugal que consta que el-rei D. João III, certo dia, terá dito:
- Toda a gente tem padrinhos neste país. Apenas eu não os posso ter.