PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
POEMA AO “BENJAMIM”
Pese embora as diligências feitas, pouco consegui apurar sobre ele, apenas que é natural das Capelas, tendo emigrado para os Estados Unidos. Como, nos contactos que tive com ele, durante o Encontro, se revelou uma pessoa de uma grande bondade, ostentando, permanentemente, um simpático e alegre sorriso e um franco companheirismo e, ainda, porque creio que foi o “benjamim” do Encontro, do qual, na verdade, foi mais um “Senhor”, dedico-lhe este poema de Manuel da Fonseca:
MENINO
“No colo da mãe,
A criança vai e vem,
Vem e vai.
Balança
Nos olhos do pai,
Nos olhos da mãe
Vem e vai,
Vai e vem
A esperança.
Ao sonhado
Futuro,
Sorri a mãe,
Sorri o pai.
Maravilhado.
O rosto puro
Da criança
Vai e vem
Vem e vai,
Balança.
De seio a seio
A criança
Em seu vogar
Ao meio
Do colo-berço
Balança.
Balança
Como o rimar
De um verso
De esperança.
Depois quando
Com o tempo
A criança
Vem crescendo
Vai a esperança
Minguando.
E ao acabar-se de vez
Fica a exacta medida
Da vida
De um português.
Criança
Portuguesa
Da esperança
Na vida
Faz certeza
Conseguida.
Só nossa vontade
Alcança,
Da esperança,
Humana realidade.
Manuel da Fonseca, in "Poemas para Adriano"