PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
POESIA
Chegou, em mais um ano letivo, o dia de nas minhas aulas, dando cumprimentos ao programa de Língua Portuguesa, abordar a poesia. Embora devidamente preparado, estava um pouco apreensivo, sobretudo como a forma de os motivar. As aulas, porém, correram de forma magnífica, e todos se motivaram.
Depois de apresentar e ler alguns poemas, lá fomos sintetizando que a poesia é uma arte complexa e diversificada e há textos poéticos de formas diversas, mas fáceis de distinguir da prosa. Para além da diferença da mancha gráfica, a poesia tem mais ritmo do que a prosa. As palavras estão dispostas de acordo com determinadas normas, adequada acentuação e demarcadas pausas, o que lhe confere um ritmo, uma harmonia e uma musicalidade próprias, diferentes da prosa. Além disso, mais do que a prosa, a poesia provoca e excita a imaginação, o sonho e a sugestão.
De seguida fomos à parte formal ou técnica. O verso é o elemento fundamental da poesia. É um conjunto de palavras, correspondente a uma linha, com um certo número de sílabas e com determinada acentuação. Os elementos do verso são: a sílaba, o acento e a rima, todo observado, registado e exemplificado. Mais se descobriu que versos, geralmente, formam grupos, sendo muito populares os grupos de 4 versos com sete sílabas, que se chamam quadras.
Havia muitos tipos de poemas todos eles exemplificados no Manual. Destaquei o Acróstico ou seja um poema no qual se formam palavras com letras duma ou mais palavras, o Caligrama, poema em que as palavras estão dispostas de modo a representar um desenho de objetos, animais, personagens, etc., a Cantilena, poema suave e monótono em que se repetem diversos sons com intenção de iludir alguém, o Romance, um poema que conta uma pequena história e ainda o Soneto, poema rigorosamente constituído por 14 versos, dispostos em 2 grupos de 4 e outros 2 de 3.
Finalmente uma pequena abordagem aos Recursos Poéticos mais utilizados: Adjetivação, Personificação, Comparação, Repetição e ainda referências ao uso da interjeição, da onomatopeia, dos diminutivos, das reticências, etc.
Por fim convidei os alunos a escreverem, livremente, um poema. Todos o fizeram. Da safra, não resisti a selecionar os seguintes, aos quais fiz pequenas correções e cujos nomes dos autores, obviamente omito, até porque alguns foram elaborados em grupo:
QUADRA
Venho p’ra escola e brinco,
Venho p´ra escola e aprendo,
Só que, no dia seguinte,
Eu já de nada me lembro.
NA ESCOLA
Vamos sempre p’ra a escola,
Ler, aprender, estudar.
Somos felizes, de sacola,
No trabalho ou a brincar.
Nós andamos sempre juntos,
No recreio ou a estudar;
Somos tantos, somos muitos
Ninguém nos vai separar.
Sempre alegres e felizes,
Sempre a rir ou a cantar,
É verdade! – Se o dizes,
Ninguém o pode negar.
VIDA NA ESCOLA
Pela escola vão saltando,
Sem sentido,
Braços, pernas, cabeças...
Os corações palpitando...
Pálida é a cor,
O gesto é bonito,
Lançando pelos ares
Um desejo infinito.
E a escola é já um exército,
Mas um exército grande,
Onde lutam amigos,
Mas amigos de sangue.
E a energia que se perde,
É a força que transforma
A alegria, o amor, a vida,
Em força de norma.
SER ALUNO
P´ra escola venho aprender,
Conhecimentos partilhar,
Com a alegria de viver
E o sonho de alguém amar.
Ser solidário é importante,
E andar por bons caminhos;
Da gente pequena ou grande,
Devemos ter só carinhos
E S C O L A
Encontro de amigos,
Sempre bem dispostos.
Com empenho e alegria,
Olhando o mundo e a esperança,
Leem, escrevem, brincam e...
Aprendem a viver!
A PAZ
A paz é a liberdade,
É o mundo quieto, gritando, saltando,
É a alegria de viver.
A paz é um coração entre dois cravos,
É o melhor que pode haver,
É a certeza, a esperança, a verdade,
A paz é o amor,
É a felicidade.
A paz é o oposto da guerra,
É o carinho, a ternura,
É o mundo sem sangue,
É a solidariedade partilhada.
A paz é a palavra mais bela,
A paz é... tudo!