PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
SOL DE ABRIL
“Sol de Abril, quem no vir abre a mão e deixa-o ir.”
Trata-se de mais um interessante adágio fajãgrandense de carácter meteorológico, através do qual se constata um fenómeno climatérico bastante vulgar nas ilhas açorianas e consequentemente nas Flores. Na realidade, no início da Primavera e, por conseguinte no mês de Abril, é vulgar nas ilhas existirem dias de alguma instabilidade climatérica. Naquele mês, nos Açores, geralmente o Sol é “de pouca dura”, isto é, o astro-rei tanto aparece como desaparece logo a seguir, alternando, no mesmo dia, com períodos de chuva. Por outras palavras, o Sol de Abril é muito instável e pouco seguro ou duradouro. É como um pássaro que se tem preso na mão e, se a abrirmos ele foge logo.
Com este erudito adágio pretende pois, a sabedoria popular, lembrar aos mais descuidados que nas suas idas e vindas aos campos e nos seus trabalhos e tarefas diárias, devem estar prevenidos contra esta instabilidade climatérica primaveril, porque pode estar a fazer Sol, num determinado momento do dia e, num abrir de mão, isto é, num instante, o tempo se alterar e começar a chover ou fazer mau tempo.
Douta sabedoria popular, com importantes ensinamentos que não devem ser ignorados pois revelam a virtude de, regra geral, serem exactos e verdadeiros.