PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
SOLA SAPATO
Sola, sapato
Rei, Rainha
Foi ao mar
Pescar cebolinha
Para o filho
Do juiz
Que está preso
Pelo nariz
Salta a pulga
Na balança
Dá um pulo
Até á França
Os cavalos a correr
As meninas a aprender
Qual será a mais bonita
Que se vai esconder
Atrás do burro da Inês
Cada um por sua vez.
BOAS FESTAS
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AMANHÃ É DOMINGO
Amanha é Domingo
Toca o sino
O sino é de ouro
Mata-se o touro
O touro é bravo
Ataca o fidalgo
O fidalgo é valente
Defende a gente
A gente é fraquinha
Mata a galinha
Para a nossa barriguinha.
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JERICOPO
Copo, copo, jericopo
Jericopo, copo cá.
Quem não disser três vezes:
Copo, copo, jericopo
Jericopo, copo cá,
Por este copo não beberá.
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LENGA-LENGA
Era uma vez uma vaca
Chamada Vitória
Morreu a vaquinha
Acabou-se a história
E depois?
Depois…
Morreram as vacas
Ficaram os bois
Era uma vez
Um rei e um bispo
Acabou-se o conto
Não sei mais do que isto.
Era uma vez um cadeirão
Casou com uma cadeirinha
Nasceu um barquinho
Não quis estudar…
Foi para banco de cozinha
Era uma vez
Um rei e uma rainha
Acabou-se a história
Que era pequenina.
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O ANO
Uma espécie de aravia, sob a forma de adivinha que a criançada cantarolava era a seguinte:
Um pau de doze galhos,
Cada galho tem seu ninho,
Cada ninho tem seu ovo,
Cada ovo um passarinho?
A resposta era o ano que tem doze meses.
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O SONO DO JOÃO
O João dorme... Ó Maria,
Dize aquela cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá o João, acordar...
O João dorme... Que regalo!
Deixai-o dormir!
Calai-vos, águas do moinho!
Ó mar, fala mais baixinho...
E tu, Mãe e tu, Maria,
Pede aquela cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá o João, acordar...
Ó Mãe, canta-lhe a canção,
Os versos do teu irmão:
«Na Vida que a Dor povoa,
Há só uma coisa boa,
Que é dormir, dormir, dormir...
Tudo vai sem se sentir.»
Deixa-o dormir, até ser
Um velhinho... Até morrer!
E tu vê-lo-ás crescendo
A teu lado, estou-o vendo
João! Que rapaz tão lindo!
Mas sempre, sempre dormindo...
Mas para isso, ó Maria!
Dize aquela cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá o João, acordar...
(Excertos do poema de António Nobre que líamos no livro da 3ª classe e sabíamos de cor)
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FICARAM SÓ TRÊS
Era uma vez
Um gato maltês
Tocava piano
Falava francês
Saltou-te às barbas
Não sei que te fez
A dona da casa
Chamava-se Inês
O número da porta era o 33!
Queres que te conte outra vez?
Era uma vez
Uma galinha perdês
E um galo francês
Eram dois
Ficaram só três…
Queres que te conte outra vez?
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A FOME DOS DEDOS
(A começar pelo mindinho):
Este diz que tem fome,
Este diz que vai pedir,
Este diz que vai roubar,
Este diz que o vai ajudar,
Este diz que se ele for lá que o mata.
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A VELHA DANÇARINA
Era uma velha
Muito, muito velha
Mais que a minha avó
Mas o raio da velha
Cantava e bailava
Bailava com uma perna só.
Aravia fajãgrandense
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A VELHA E A LATA
Era uma velha
Que andava a varrer
Com a lata no rabo
Quanto mais a velha varria
Mais a lata no rabo batia
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SARAPICO
Sarapico, pico, pico
Quem te deu tamanho bico?
Foi a velha Chocalheira
Come ovos e manteiga.
Os Cavalos a correr
E meninas a aprender.
Qual será a mais bonita
Que se vai esconder
Arás do burro da Inês
Cada uma por sua vez.
Sarapico, pico, pico
Quem te deu tamanho bico?
Foi o filho da rainha
Que tá preso na cozinha
Salta a pulga p’ra balança
Pesa o rei que vai à França
Os cavalos a correr
E as meninas a aprender.
Qual será a mais bonita
Que se vai esconder,
Atrás do burro da Inês,
Cada uma por sua vez.
Cantilena Popular (Fajã Grande).
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A CRIADA DE LÁ DE CIMA
A criada lá de cima
É feita de papelão,
Quando vai fazer a cama
Diz assim ao patrão:
Sete e sete são catorze,
Com mais sete vinte e um,
Tenho sete namorados
E não gosto de nenhum.
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MINHA AVÓ DE LÁ DE RIBA
Minha avó de lá de riba,
Tem uma tábua na barriga,
Quando chove toca nela,
Passa cão, vem cá cadela.
Aravia popular fajãgrandense.
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CHICA LARICA
Chica larica
De perna alçada
Comeu uma galinha
Na semana passada
Se mais houvesse
Mais comia
Adeus senhor padre
Até outro dia
Cantilena Popular
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TÃO BADALÃO
Tão, badalão,
Cabeça de cão.
Toca no sino.
Chama o sacristão.
Tão, balalão,
Agarra o ladrão,
Menina bonita
Não tem coração.
Tão, balalão,
Senhor capitão,
Espada na cinta
Sineta na mão.
Tão, balalão,
Cabeça de cão
Cozido e assado
No meu caldeirão.
Tão, balalão,
Senhor Capitão
Orelha de porco
Pra comer com feijão.
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FUI A ROMA
Eu fui a Roma
De batata fazer goma
P'ra casar com dez mulheres
O Santo Padre me disse
Não caias nessa tolice
Casa com quantas quiseres,
Toda a moça que é bonita
Que ela chora, que ela grita
Nunca havera de nascer
É como a maçã madura
Na quinta do padre-cura
Todos a querem comer.
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HOJE È DOMINGO
Hoje é Domingo
Toca o sino,
O sino é de oiro,
E o touro é bravo.
Hoje é domingo
Toca no sino
Deixá-lo tocar
E o galo cantar
O galo é francês
Pica na rês
A rês é mansa
Vai pr'a França
Se ela voltar
Volta a picar
Pica na burra,
Que é casmurra
Pica no jarro
Que é de barro
Pica no sino
O sino é de oiro
Pica no toiro
O toiro é valente
Mete três homens
Na cova de um dente.
Popular
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OS DEDOS E O OVO
O mindinho achou um ovo,
O seu vizinho pô-lo a assar,
O pai de todos deitou-lhe sal,
O fura-bolos provou-o
E o mata-piolhos papou-o.
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O QUE DIZEM OS DEDOS
O dedo mindinho diz que quer pão
O seu vizinho diz que o não tem
O pai de todos diz que o vá comprar,
O fura-bolos diz que o vá roubar
E o mata-piolhos diz que lho vai dar.
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TELHA CANDELHA II
Una, Dulha, Telha, Candelha, Semeca Marreca, Velha Velhão Cabeça de leão Já dez Aqui estão
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TELHA CANDELHA
Una,
Dua,
Telha
Candelha
Cabeça de leão,
Engrossa cabelão!
Minha mãe
Mandou-me à fonte
E eu parti a cantarinha.
Minha mãe
Não me bata
Eu sou muito piquininha.
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MAIO
Vai-te embora mês de Maio,
Mês de pouca ventura:
Mal amanhece
É logo noite escura.
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O QUE ESTÁ
O que está na varanda?
Uma calça de ganga.
O que está na janela?
Uma fita amarela.
O que está no poço?
Um grão de tremoço.
O que está na pia?
Uma casca de melancia.
O que está na chaminé?
Um gato com rapé.
O que está na rua?
Uma espada nua.
O que está atrás da porta?
Uma velha morta.
O que está no ninho?
Um passarinho.
Dá-lhe de comer e deixa-o quentinho.
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LINGUAGEM DO NHEM-NHEM
Era uma vez uma velhinha
Que andava aborrecida
Dizendo sempre sozinha:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
A pobre e boa velhinha
É que estava sempre em casa
Por isso resmungava sozinha:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
Tanto a velha falava assim
Que até quando alguém passava:
Dizia, julgando que estava sozinha:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
O gato, no canto da cozinha
Escutando a boa velhinha
Principiou também a miar assim:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
E quando a velha zangada,
Resmungava com o gatinho
Ele respondia-lhe sempre assim:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
Depois veio um cãozinho,
Que morava na casa vizinha
Também começou a falar assim:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
Uma cabra que pastava ali pertinho,
Ouvindo o cão e o gato
Começou também a berrar assim:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
Um pato que a velha tinha
Também não se fez rogado
E logo começou a grasnar assim:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
Até o galo e as galinhas
Que punham ovos para a velhinha
Começaram a cacarejar assim
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
Uma vizinha da vellhinha
Que era muda, não falava,
Também começou a gritar assim.
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
Todos quiseram aprender
A falar de noite e de dia
Aquela linda melodia:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
De maneira que a velhinha
Que não tinha companhia
E falava sempre sozinha:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
Ficou toda contente
Pois mal a boca abria
Logo todos lhe respondiam:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
E até os meninos da escolinha,
Ouvindo a história da velhinha,
Também aprenderam a dizer:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
E quando a professora falava
Mandavam calar os meninos
Falavam como eles assim:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
E a vizinha na sala do lado,
Ouvindo a colega falar
Falava com os meninos assim:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
Depois as outras professoras
Também não ficaram atrás
E todas falavam assim:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
E até as auxiliares ouviram
Ouvindo meninos e educadoras
Começaram a falar assim:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
Quando chegaram a casa
Os meninos contaram a história da velhinha
E os pais também começaram a falar:
Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem-Nhem.
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ANA SABANA
Ana
Sabana
Rebeca
Susana
Dominngo
Ramos
Na Páscoa
Estamos
NB - Assim se contavam as semanas entre o 1º Domingo da Quaresma e a Páscoa.
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A VELHA DEBAIXO DA CAMA
(Aravia Popular)
A velha debaixo da cama,
A velha criava um rato,
Na noite em que se danava,
O rato chiava
E a velha dizia:
Ai meu Deus que se acaba tudo.
Tanto bem que eu te queria!
A velha debaixo da cama,
A velha criava um gato,
Na noite em que se danava,
O rato chiava, o gato miava
E a velha dizia:
Ai meu Deus se acaba tudo.
Tanto bem que eu te queria!
A velha debaixo da cama,
A velha criava um cão.
Na noite que se danava.
O rato chiava, o gato miava, o cão latia
E a velha dizia:
Ai meu Deus se acaba tudo.
Tanto bem que eu te queria!
A velha debaixo da cama,
A velha criava um macaco.
Na noite que se danava,
O rato chiava, o gato miava, o cão latia
O macaco pulava
E a velha dizia:
Ai meu Deus se acaba tudo.
Tanto bem que eu te queria!
A velha debaixo da cama,
A velha criava um galo.
Na noite que se danava,
O rato chiava, o gato miava, o cachorro latia,
O macaco pulava, o galo cantava
E a velha dizia:
Ai meu Deus se acaba tudo.
Tanto bem que eu te queria!
A velha debaixo da cama,
A velha criava um porco.
Na noite que se danava,
O rato chiava, o gato miava, o cachorro latia,
O macaco pulava, o galo cantava, o porco grunhia
E a velha dizia:
Ai meu Deus se acaba tudo.
Tanto bem que eu te queria!
A velha debaixo da cama,
A velha criava um bode.
Na noite que se danava,
O rato chiava, o gato miava, o cachorro latia,
O macaco pulava, o galo cantava, o porco grunhia.
O bode berrava
E a velha dizia:
Ai meu Deus se acaba tudo.
Tanto bem que eu te queria!
A velha debaixo da cama,
A velha criava um jumento.
Na noite que se danava,
O rato chiava, o gato miava, o cachorro latia,
O macaco pulava, o galo cantava, o porco grunhia
O bode berrava, jumento rinchava
E a velha dizia:
Ai meu Deus se acaba tudo.
Tanto bem que eu te queria!
A velha debaixo da cama,
A velha criava um leão.
Na noite que se danava
O rato chiava, o gato miava, o cachorro latia,
O macaco pulava, o galo cantava, o porco grunhia
O bode berrava, jumento rinchava, o leão ugia
E a velha dizia:
Ai meu Deus se acaba tudo.
Tanto bem que eu te queria!
A velha debaixo da cama,
A velha criou uma cobra.
A cobra mordeu o rato, o rato mordeu o gato, o gato mordeu o cachorro,
O cachorro mordeu o macaco, o macaco mordeu o porco, o porco mordeu o bode,
O bode mordeu o jumento, o jumento mordeu o leão e o leão mordeu a velha!
A velha?!
E o que que houve, depois, com a velha, compadre?
A cobra mordeu a velha e a velha morreu...
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ANTONICO PASSARICO
Antonico, Passarico,
Foi ao Pico
Escanchado num burrico.
O burrico saltitou
E o Antonico lá ficou.
Aravia popular fajãgrandense.
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PELO SINAL
Pelo sinal
Do pico real
Comi toucinho
Não me fez mal nenhum
Se mais tivesse
Mais comia
Adeus senhor padre
Até outro dia.
(Aravia popular fajãgrandense)
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SOLA SAPATO
Sola sapato,
Rei rainha
Fui ao mato
Buscar cebolinha
Para a filha do juiz
Que quer casar
Mas não tem nariz.
Salta a pulga
Na balança
Pesa o rei
Que vai p’ra França,
Os cavalos
A correr
As meninas
A aprender,
Qual será
A mais bonita
Que se vai
Esconder
Atrás do burro
Da Inês
Cada una
Por sua vez.
(Aravia popular fajã grandense)
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GATO MALTÊS
Era uma vez
Um gato maltês
Tocava piano
E falava francês
Queres que te conte outra vez?
Era uma vez
Um gato maltês
Saltou-te às barbas
Não sei que te fez
Queres que te conte outra vez?
Era uma vez
Um gato maltês
Cagou-te na boca
Não sei o que te fez
Queres que te conte outra vez?
(Aravia popular fajãgrandense)