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QUADRAS PARA O SÃO JOÃO

Sexta-feira, 24.06.16

Eu fui à rusga, sozinho,

Na noite de São João.

Encontrei-te p’lo caminho,

Mataste meu coração.

 

São João à minha porta

E eu sem ter que lhe dar.

Dá-lhe uma canina verde

Pata por no seu altar.

 

Quem me dera ter um círio,

P’ra acender ao São João,

Ia-lhe pedir com fé,

Teu amor, teu coração..

 

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publicado por picodavigia2 às 00:05

TERESINHA DE JESUS

Segunda-feira, 20.10.14

A Teresinha de Jesus

Deu uma queda, foi ao chão

Acudiram três mancebos

Todos de chapéu na mão

 

O primeiro foi seu pai

O segundo seu irmão

O terceiro foi aquele

Que a Teresinha deu a mão

 

Teresinha levantou-se

Levantou-se lá do chão

E sorrindo disse ao noivo

Eu te dou meu coração

 

Dá laranja quero um gomo

Do limão quero um pedaço

Da morena mais bonita

Quero um beijo e um abraço.

 

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publicado por picodavigia2 às 20:48

GAZETILHA DA SATA

Domingo, 26.01.14

(Só Amanhã Tenho Avião)

Estou retido em Lisboa

Num amargo e longo dia

Não auguro coisa boa…

Quem viajasse no “Poesia”!

 

A espera no aeroporto,

Foi, longa, dura e penosa,

Doía cabeça e corpo,

Tinha a alma em polvorosa!

 

Primeiro, à nave, inspecção

Depois técnica avaria,

A seguir, a tripulação

Trabalhar já não queria

 

Por fim o voo cancelado…

Já pró hotel, perto fica.

P’ra dormir bem descansado,

E ir à Luz ver o Benfica.

 

Só amanha, se Deus quiser,

Havemos de ter avião.

Se voo da Sata houver…

Não nos avisem em vão.

 

A Sata fez o favor,

De dar hotel e comida

Estamos sem grande ardor,

Com esta gaita de vida.

 

Como se isto não bastasse.

Chegaram turcos, em bica,

Para apoiar o Fenerbace.

Tenha cuidado o Benfica.

 

Se Aqui Tivesse um Amigo,

Como tenho em S. Miguel,

Ainda hoje ia pró Pico,

Não ficava neste hotel.

 

Dei uma volta por Lisboa,

Pra esquecer mágoas cruéis

Ainda irei à Madragoa,

A Belém, comer pastéis.

 

 

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publicado por picodavigia2 às 11:07

CANTILENA

Quarta-feira, 11.12.13

Ondinha sobe,

Ondinha desce.

E tu, menina,

Onde estiveste?

 

Teu pai já dorme,

E tua mãe vela.

Só tu menina,

Estás à janela.

 

Manhãs de nuvens,

Dias de perigo.

E tu menina

Não tens abrigo?

 

Lá vem a Lua,

Com grand’eirado.

Só tu menina

Não tens cuidado.

 

Tua mãe deu-te

Beijos e abraços.

Eram tão ternos,

Meigos, colaços.

 

Agora, menina

Dorme descansada

Tua mãe a teu lado

Vela-te, acordada.

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publicado por picodavigia2 às 10:34

JOGRAIS DE NATAL

Quinta-feira, 05.12.13

ELABORADO COM EXCERTOS DE POEMAS DE NATAL DE ALGUNS POETAS PORTUGUESES

 

(Grupo de vinte e quatro crianças.)

 

TODAS          - Natal, Natalinho, chega de pressa, traz-me um presentinho.

1ª METADE   - Nasce mais uma vez, menino Deus!

1.os SEIS        - Nasce mais uma vez,

UMA             - Neste Inverno gelado,

UMA             - Nasce nu e sagrado,

UMA             - Nasce e fica comigo.

TODAS          - Nasce e fica connosco.

2ª METADE   - Nasce mais uma vez, menino Deus.

TODAS          - Porque é Natal, é Natal, é Natal!

UMA             - Vamos por o sapatinho,

UMA             - Lá na chaminé

1ª METADE   - É a noite de Natal, no meu país, agora,

UMA              - Dois milhões de almas e outros tantos corações,

UMA             - Põem de parte ódios, torturas e aflições.

UMA              - Vejo a estrela que percorre a noite larga.

UMA              - Vejo a estrela que perturba fundos mares,

UMA             - Vejo a estrela que revela a eternidade.

UMA              - Mas para onde foi a estrela contemplada?

TODAS          - Estrela, estrelinha…

2ª METADE   - A noite já se avizinha.

1ª METADE   - As luzes já estão a cintilar.

UMA             - E os animais a descansar.

UMA             - Guardavam os pastores o rebanho,

UMA             - Nas vigílias da noite de Belém

UMA             - E a glória do Senhor resplandeceu,

UMA              - Para lhes anunciar supremo bem

1.as SEIS        - Ó pastores do monte e prado,

2.as SEIS        - Acordai por vosso bem,

1ª METADE   - Ide já guardar o gado,

2ª METADE   - P`ra ver Jesus em Belém.

TODAS          - Pastorinhos de Belém, é pois certo,

UMA              - Que na noite de Natal,

UMA             - Num curral,

1ª METADE   - Baixou o Filho de Deus, lá dos céus.

TODAS          - Sede bem vinda, noite sem par, trazes encanto a cada lar.

2.as SEIS        - Noite de paz.

3.as SEIS        - Noite de luz.

4.as SEIS        - Numa gruta de Belém,

1.as SEIS        - Nasceu o Menino Jesus.

UMA              - Eu hei-de dar ao menino uma fitinha pró chapéu;

UMA             - E ele também me há-de dar:

UMA             - Um lugarzinho no Céu.

TODAS          - É Natal! É Natal! É Natal!

1ª METADE   - Foi na noite de Natal,

2ª METADE   - Noite de santa alegria.

TODAS          - Em que o mundo parou e o menino nasceu.

1.as SEIS        - Nasceu num estábulo,

UMA             - Pequeno e singelo.

UMA             - Ao lado do menino,

UMA             - O homem e a mulher.

1ª METADE   - Uma tal Maria

2ª METADE   - Um José qualquer.

TODAS          - O mundo parou e o menino nasceu.

4.as SEIS        - Duas tábuas…

1.as SEIS        - Era um berço!

2.asSEIS         - Tudo escuro…

3.as SEIS        - E alumiava

UMA             - Estaria Deus lá dentro?

1ª METADE   - Estaria Deus lá dentro?

2ª METADE   - Estaria Deus lá dentro?

TODAS          - Lá estava!  Hossana nas alturas.

UMA             - Estava dormindo,

UMA             - Nas palhinhas despidinho.

TODAS          - Os anjos estão cantando

TODAS          - Glória a Deus nas alturas.

1ª METADE   - O menino está dormindo,

UMA             - Nos braços da virgem pura.

TODAS          - Os anjos estão cantando.

TODAS          - Glória a Deus nas alturas.

2ª METADE   - O menino está dormindo,

UMA             - Nos braços de S. José

1ª METADE   - Os anjos estão cantando.

UMA             - E havia, lá na Judeia, um rei,

1ª METADE   - Feio bicho, de resto.

UMA              - Um cara de burro, sem cabresto.

UMA              - E duas grandes tranças.

2ª METADE   - A gente olhava para ele, reparava e via

UMA             - Que naquela figura havia,

UMA              - Olhos de quem não gostava de crianças.

4.as SEIS        - E o malvado

1.as SEIS        - Mandou matar quantos eram pequenos.

TODAS          - Só porque não gostava de crianças.

1ª METADE   - Mas os anjos em coro no reino da luz.

2ª METADE   - Entoam hossanas a Cristo Jesus

1ª METADE   - O nosso Menino,

UMA             - Nasceu em Belém.

UMA             - Nasce tão somente.

TODAS          - Para nos querer bem.

1ª METADE   - Adoremos o menino,

2ª METADE   - Nascido em tanta pobreza

2.as SEIS        - E lhe oferecemos presentes

3.as SEIS        - Da nossa pobre riqueza.

UMA             - Jesus pequenino não quis ter um berço,

UMA              - Numa manjedoura ficou.

TODAS          - Hossana lá nas alturas. Adoramos o Menino.

2ª METADE   - Ofereçamos-lhe presentes:

TODAS          - A nossa manta de pele.

1ª METADE   - O nosso gorro de lã.

2ª METADE   - A nossa faquinha amolada.

UMA              - O nosso chá de hortelã.

1ª METADE   - Os anjos cantavam hinos,

UMA             - A alegria era tão grande

TODAS          - E nós cantamos também:

UMA             - Que noite bonita é esta,

UMA             - Em que a vida fica mansa.

UMA              - Em que tudo vira festa,

UMA             - E o mundo inteiro descansa:

TODAS          - Chove!

1ª METADE   - É dia de Natal.

UMA             - Na província neva.

UMA              - Lá para o Norte é bem melhor.

UMA              - Nos lares aconchegados.

UMA              - Um sentimento conserva os sentimentos passados.

TODAS          - É dia de Natal!

2ª METADE   - E toda a gente está contente,

4.as SEIS        - Porque é dia de o ficar.

UMA              - Chove no Natal presente.

UMA             - Antes isso que nevar.

TODAS          - É Natal! É Natal! É Natal.

UMA             - O jornal fala dos pobres,

UMA              - Em letras grandes e pretas,

UMA             - Traz versos e historietas,

UMA              - Desenhos bonitinhos.

1.as SEIS        - Traz bodos, bodos, bodos.

2.as SEIS        - Hoje é dia de Natal.

3.as SEIS        - Mas quando será de todos?

TODAS          - Hoje é dia de Natal!

UMA             - Natal de quem?

UMA             - Dos que trazem às costas as cinzas de milhões.

TODAS          - É Natal! É Natal! É Natal.

UMA             - Natal de paz nesta guerra de sangue?

TODAS          - É Natal! É Natal! É Natal.

UMA             - Natal de liberdade num mundo de oprimidos?

TODOS          - É Natal! É Natal! É Natal.

UMA             - Natal duma justiça roubada sempre a todos?

TODAS          - É Natal! É Natal! É Natal.

UMA             - Natal de ser-se igual mas ser-se esquecido?

TODAS          - É Natal! É Natal! É Natal.

UMA             - Natal de caridade quando a fome ainda mata?

TODAS          - É Natal! É Natal! É Natal.

UMA             - Natal de esperança, num mundo de bombas?

TODAS          - É Natal! É Natal! É Natal.

UMA             - Natal de honestidade num mundo de traição?

1ª METADE   - Natal de quê? De quem?

2ª METADE   - Daqueles que o não têm.

TODAS          - É Natal! É Natal! É Natal.

UMA             - Entremos,  apressados, friorentos,

UMA             - Numa gruta,

UMA             - No bojo de um navio,

UMA              - Num presépio,

UMA              - Num prédio,

UMA              - Num presídio

UMA             - No prédio que amanhã for demolido

1ª METADE   - Entremos e depressa em qualquer sítio.

TODAS          - Porque sofremos porque temos frio,

2ª METADE   - Entremos e cantemos:

TODAS          - “A Todos um bom Natal”.

 

(Excertos de poemas de alguns poetas portugueses.)

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publicado por picodavigia2 às 16:28

SONHOS

Sábado, 30.11.13

Os sonhos não são eternos.

Desfazem-se com o esvaziar das marés,

Descolorizam-se com o por do sol,

Escurecem com o negrume das nuvens,

Rompem-se com o silêncio da noite

E,

Por vezes,

Até fenecem,

Com o travo amargo da solidão.

 

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publicado por picodavigia2 às 19:21

FONTE VERMELHA

Terça-feira, 26.11.13

Encravada na rocha,

a abarrotar frescura,

vertendo,

sem cessar

um fio cristalino,

diáfano,

ornado

com o perfume

do poejo

e o sabor

da nêveda.

 

Encravada na rocha,

a ejacular

em bica

- um tufo negro

fofo e macio

onde os pássaros pousam

sem temor –

a essência doce

das flores selvagens

e dos bosques refrescantes.

 

Encravada na rocha

à espera

que cada caminhante,

cansado

e sequioso

a demandasse

e nela,

definitivamente,

saciasse a sua sede

 

Fonte Vermelha!

Um mito perdido no tempo.

 

 

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publicado por picodavigia2 às 11:19

ILHA DAS FLORES

Terça-feira, 02.07.13

De longe chegou-me mais este poema, sobre a “Ilha das Flores” escrito, segundo me informaram, por uma senhora de nome Lurdes Costa.

Quantos homens e mulheres terão cantado, na solidão do seu silêncio, as maravilhas da ilha das Flores, das suas freguesias, das suas ruas, atalhos, outeiros, montes, grotões e ribeiras…

 

“Voltei para juntar os meus pedaços,
Aliviar a alma dos cansaços,
Descansar nas tuas penedias
E acordar ao teu Sol, todos os dias.

Voltei, para beber de frescas fontes,
Correr alegremente pelos montes,
Escutar a tua voz, na maresia,
A segredar-me divina poesia.

Voltei…Meu coração, em alvoroço,
Palpita um segredo que é só nosso…
Porque preciso, hoje, saber de ti,
Voltei de novo amor, estou aqui.”

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publicado por picodavigia2 às 08:02

QUADRA PARA SÃO JOÃO

Domingo, 23.06.13

Eu fui à rusga, sozinho,

Na noite de São João.

Encontrei-te p’lo caminho,

Mataste meu coração.

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publicado por picodavigia2 às 00:43

MAIS UM POEMA SOBRE A FAJÃ GRANDE

Segunda-feira, 17.06.13

No passado dia 26 de Junho de 2009, coloquei neste blogue mais um poema, sobre a Fajã Grande, recolocando-o neste novo blogue, o qual, na altura, me havia chegado por pessoa amiga que com as melhores intenções. Na introdução dizia que o referido poema havia sido escrito por autor desconhecido. Afinal foi-me garantido, por um outro amigo, que os referidos versos são da autoria do professor Orlando Soares, autor de outros já aqui referidos. Como previra e porque o poema me foi citado de memória, havia algumas incorrecções que agora se corrigem, tendo-se ainda em conta que os referidos versos faziam parte de dois poemas diferentes.

 

O primeiro intitula-se "FAJÃ GRANDE"

“A Fajã entre verdura,
Vista do cimo da rocha,
Tem tanta graça e frescura
Como a flor que desabrocha...


É tão linda e singular
Daquele sítio sobranceiro,
Que para a verem melhor... O SOL e o LUAR
Sobem a rocha primeiro...

Linda Fajã,
D'excelentes madrugadas,
Onde recitam poesia,
Nas noites calmas douradas.

Linda Fajã,
Ninguém te pode negar
O encanto e a primazia
Que te dão sol e luar...

Só a Fajã nunca viu
O Sol nascer no levante,
Porque a rocha lhe encobriu
O berço do Sol distante.

Não há outra aldeia assim
Nesta Ilha perfumada,
Onde as aldeias são florinhas
E a Fajã rosa encantada...



___________________________________________

O segundo poema chama-se "PARREIRINHA"

“Desde o Pico à Cabaceira,
Sempre verde a parreirinha
É nota bem prasenteira
E alegra que se avizinha...

Parreirinha,
Fartura da Fajã Grande!
És sempre doce e fresquinha
Por mais quente que o Sol ande...

Parreirinha
Os teus cachos saborosos
Sabem mais que a pura água,
Sabem mais que a pura água
Nos meus lábios sequiosos.”

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publicado por picodavigia2 às 14:39

POEMA À FAJÃ GRANDE

Domingo, 16.06.13

Há alguns dias foi-me enviado um interessante poema sobre a Fajã Grande. De autor ou autora desconhecido, o poema manuscrito terá sido encontrado algures, numa velha gaveta, numa casa da Fajã Grande e posteriormente terá desaparecido, não se sabendo o seu paradeiro. Por isso foi-me revelado apenas de memória.

 

Fajã Grande tão linda,
Nascida à beira do mar!
Anseio ver-te ainda,
Teu belo solo pisar.
 
Aldeia de mil encantos,
Serena luz do luar.
Idílios puros e santos
Só ali se vão achar.
 
No teu porto e luso cais,
Bem disposto patamar,
Não te esquecerei jamais
E um dia hei-de voltar.
 
Num sonho esperançoso,
Sigo anos a suspirar
Por ver o torrão saudoso,
Onde costumava brincar.
 
Quantos anos, ó meu Deus!
Não deixei de te amar!
Bebi os carinhos teus,
Quero viver a sonhar.
 
A vida corre ligeira
E os anos a acumular,
Numa ambição derradeira
De ainda te poder visitar.

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publicado por picodavigia2 às 12:53





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